quarta-feira, 29 de julho de 2009

O filho do Céu


Um soneto em homenagem a minha amiga Sheila Luz, que pela fé no milagre, gerou Arthur, um bebê lindo e saudável! Brindemos com poesia o seu nascimento!!!

Marco Hruschka



Um anjo do céu disse-me ao ouvido
Que a pureza é inata na criança,
Sua presença sempre traz bonança,
O tom de sua voz é colorido.


De amor o coração é embebido.
Pra ter um pequenino pago fiança,
Em minha vida quero uma mudança,
Sozinha o meu peito é sofrido.

Agora no meu ventre um bebê gera...
Vem a mim, oh, presença idolatrada!
Que se faça real esta quimera.

Rogo a ti saúde à Mãe amada,
Hão de ouvir oração da fiel mera,
Já sinto que à luz tu serás dada...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Bailemos

Tu tens a inocência de uma criança que já sabe o que quer

A sedução de uma mulher cheia de medos e segredos

Na maciez da alma, és pluma corpórea, o querer é mister

Na pele alva e nos lábios rosáceos habitam meus desejos


Não chores, doce anjo, não temas

A vida é para aqueles que olham o futuro

Para o além, para o amor, esqueça as algemas

Que te prendem ao chão, abandone o escuro


Alto! Claro! Voe para a liberdade!

Seja céu, seja estrela, seja o luar...

Seja o espelho que cintila a tua celebridade

Seja fusão, a areia que se mistura brandamente ao mar


Baila comigo em meio às rosas escarlates

Seremos sustenidos crescentes em paixão

O amor nos guiará como bonifrates

E dançaremos amantíssimos o acorde da União


Marco Hruschka

sábado, 18 de julho de 2009

O que é Literatura?

Muitas pessoas têm dificuldade em entender o que é a Literatura. Não digo defini-la, mas compreendê-la. Contudo, ela pode ser mais simples do que parece. Recorremos, então, às palavras de Afrânio Coutinho, renomado crítico literário brasileiro:

A Literatura é um fenômeno estético. É uma arte, a arte da palavra. Não visa a informar, ensinar, doutrinar, pregar, documentar. Acidentalmente, secundariamente, ela pode fazer isso, pode conter história, filosofia, ciência, religião. O literário ou o estético inclui precisamente o social, o histórico, o religioso, etc., porém transformando esse material em estético. Às vezes ela pode servir de veículo de outros valores. Mas o seu valor e significado residem não neles, mas em outra parte, no seu aspecto estético-literário, que lhe é comunicado pelos elementos específicos, componentes de sua estrutura, e pela finalidade precisa de despertar no leitor o tipo especial de prazer, que é o sentimento estético. O que a Literatura proporciona ao leitor, só ela o faz, e esse prazer não pode ser confundido com nenhum outro, informação, documentação, crítica. Não fora isso, não fossem a natureza específica da literatura e o prazer que dela retiramos, e as obras literárias não resistiriam ao tempo e às mudanças de civilização e cultura. (COUTINHO, 2008, p. 23)

É verdade que a literatura parte dos fatos da vida ou os contém. Mas esses fatos não existem nela como tais, mas simplesmente como ponto de partida. A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas que são os gêneros e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social. (COUTINHO, 2008, p.24)


COUTINHO, Afrânio. Notas de teoria literária. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Devaneios

Marco Hruschka

Queria escrever um poema.
Na madrugada que passa lentamente,
Não tenho inspiração surpreendente,
Foge-me a cor, falta-me o tema.

O tempo, uma invenção, já não passa,
Transfigurou-se em tormento,
Resta-me apenas o lamento,

A pena a tinta já rechaça.

Se os meus versos já não como os de outrora,
Nem líricos, nem metafóricos, vãs palavras,
Que seja o desabafo entranhoso dessas massas
Que gritam por socorro desde há muito e agora.

Suplicam por esperança, por igualdade,
O coração dói por não mais confiar
Em nada e em ninguém, querem amar
E ser amados, resta-lhes o fantasma da saudade.

Esvaio-me no fim dessa poesia,
Hei de um dia voltar a respirar,
Ser o canto da sereia em alto mar
E contemplar a natureza em maestria.


PS: Foto "Skrik" ou "O grito", de Edvard Munch

sábado, 4 de julho de 2009

Flor Tropical

Marco Hruschka

Dizem as vozes de outrem que seu lábio é fruta
Polpa-mel saborosa que me incita a beber no cálice
Pomar de delícias variadas, êxtase no ápice
Textura ágil, quente, doce, fugir é labuta

Olhos de ônix forjados no fogo do Nada
Pois somente no Nada se encontra a finesse
Relíquia ocular a qual nunca se esquece
Pintura surreal pela mão do Mestre retocada

Possui um colo cor urucum-castanho
Acima se insinua o pescoço lascivo
Abaixo o contorno do seio subjetivo
O que faz o delírio-desejo ganhar tamanho

Mas se se tem conhecimento de sua alma
Mas a alma como sendo o conjunto de sua obra
Apaixona-se deveras como um Páris de outrora
Que pela bela Helena perdera toda a sua calma

Pois a inteligência se sobrepõe à perfeição do corpo-réu
Companhia excelente, o tempo se evapora como orvalho
Ser seu rei e contemplá-la no palácio, ato falho
Há que ser Deus e outorgá-la como Deusa lá no céu

Ousar-me-ei por amor

Eis mais um soneto italiano. Eu sempre fui muito fã de mitologia, principalmente a greco-romana. Outrossim, mesclar temas pagãos e cristãos também sempre me agradou. Juntando tudo isso com com o tema predileto e universal, o amor, surgiu esse poema intitulado "Ousar-me-ei por amor". Espero que gostem.





Marco Hruschka


Apolo desafina à sua chegada,
Sua beleza supera a de Afrodite,
Tétis cedeu as águas acredite,
Páris entregou o pomo à nova amada.

Sua imagem se aproxima a de uma fada,
Continuo exaltando-a, se permite.
Minha vida a elogiar o anjo consiste,
Foi a Deusa a encantar predestinada.

Gostaria de ser seu preferido
Fazendo história em Bíblia ou Alcorão,
Viver eternamente em sua presença.

Roubarei uma flecha do Cupido
E atingirei certeiro o coração.
Juntos eternamente eis a sentença.

Foto: Cupido encordoando seu arco. Museus Capitolinos, Roma

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Quem sou eu?

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Maringá, Paraná, Brazil
Marco Hruschka é natural de Ivaiporã-PR, nascido em 26 de agosto de 1986. Morou toda a sua vida no norte do Paraná: passou a infância em Londrina e desde os 13 anos mora em Maringá. Sempre se interessou em escrever redações na época de colégio, mas descobriu que poderia ser escritor apenas com 21 anos. Influenciado por professores na faculdade – cursou Letras na Universidade Estadual de Maringá – começou escrevendo sonetos decassílabos heroicos, depois versos livres, contos, pensamentos e atualmente dedica-se a um novo projeto: contos eróticos. Seu primeiro poema publicado em livro (Antologia de poetas brasileiros contemporâneos – vol. 49) foi em 2008 e se chama “Carma”. De lá para cá já, entre poemas e contos, já publicou mais de 50, não apenas pela CBJE, mas também em outras antologias. Em 2010 publicou seu primeiro livro solo: “Tentação” (poemas – Editora Scortecci). Em 2014, publicou “No que você está pensando?” (Multifoco Editora), livro de pensamentos e reflexões escrito primordialmente no facebook. É professor de língua francesa e pesquisador literário.

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No que você está pensando?
"A vida é um compromisso inadiável" M. H.
"A cumplicidade é um roçar de pés sob os lençóis da paixão." M.H.

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